sábado, 11 de agosto de 2012

O dia que criei uma empresa


       Bem, algumas pessoas pensam em estudar, fazer uma boa faculdade, conseguir um bom emprego, ter uma família, e depois de ter feito tudo isso(e ter destruído completamente sua vida), vivem felizes para sempre. Não tem nada de errado em fazer isso, só não gosto desse futuro "padrão". Então, certo dia, na casa de meus primos do interior, decidimos abrir nossa própria empresa, a Chocoloko. Uma fabrica de chocolates. Mais especificamente de trufas, ou bombons trufados, ou peido do capeta, se você comer muitas. Fomos a um mercadinho perto da casa deles (o mercadinho mais próximo fica a dois ou três quilômetros) e compramos nossa primeira barra de chocolate, daquelas grandes, pra derreter e fazer bombons. Começamos efetivamente uma semana depois. Nos divertiamos muito, muito mesmo, quero dizer, amávamos ficar o final de semana inteiro fazendo trufas. Só que não. Era um inferno. Eu tinha que andar 40 quilômetros toda manhã, pra ir produzir as trufas, e vinha soltando pragas pra todas as pessoas do mundo. Tarmilcio fazia as trufas sem camisa, e ele é gordo, eu também (sou gordo, mas usava camisa). E tínhamos os cabelos bem avantajados, o que provavelmente não ajudava na higiene da nossa empresa. Fora claro, os gatos que nos ajudavam a limpar as formas de bombons, com suas lambidas, de fato, lembro de uma ocasião que uma das formas caiu no chão e meu primo pegou ela e lavou. Não. Mentira. Ele pegou do chão, lambeu e logo em seguida botou chocolate nela, pra ir pra geladeira.

Um de nossos funcionários.



       Lembrei agora dos casos a vendas das trufas. Minha prima, irmã do meu primo, vendia as trufas no colégio dela, com a ajuda de um amiguinho. E todos os dias ela vinha com historias de cabelos na trufa, falta de recheio, e até de trufas explosivas. Sim. Até hoje não entendo o fenômeno, mas nossas trufas explodiam. Tacila contou um dia que uma trufa explodiu e sujou toda a roupa de uma compradora, e ela teve que resolver isso sozinha lá hahahaha.
Uma de nossas trufas passou por aqui.


       Um dia conseguimos uma vendedora, porque tínhamos colocado cartazes por aí, para revenda de trufas. O problema era que a senhora em questão morava a cinco ou seis quilômetros do meu casebre, e eu não tinha/tenho nenhum veiculo de locomoção rápida, e no nordeste, oito da manhã são meio dia, com Sol escaldante, pra fritar o cérebro do imbecil que tem que andar. Foi nossa melhor vendedora. Aliás, a única que tivemos. Um dia cheguei lá, ela prestou as contas, e eu perguntei:
– Quantas a senhora vai querer?
E ela respondeu rapidamente, torcendo que eu. Fosse logo embora:
– Nós vamos ver aí, tá bom? Quando precisarmos de mais te ligamos.
Ainda estou à espera da ligação até hoje.
Aí depois disso nós fechamos a empresa, e dividimos a grana que lucramos nos dois meses de funcionamento. Foram 120 reais pra cada um. Mas eu estava devendo uma grana pra eles, então só ganhei 80 conto.
Então, o que posso aconselhar hoje é: Nunca comprem trufas caseiras. Ninguém usa camisas, luvas ou toucas, gatinhos (e às vezes pessoas também) LAMBEM as formas, e não limpam. Ah, e elas explodem na sua cara.
Um gordo.






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