Sabe
quando decidimos ir à academia? Pra entrar em forma e tal? Acontece com quase
todas as pessoas, e eu não fui exceção. Certo dia, vendo que talvez, TALVEZ
meus cento e vinte quilos indicassem que eu estou gordo, decidi me matricular
na academia, juntamente com meu primo Felipe. Lembro-me da empolgação, do
brilho em nossos olhos, do meu calçãozinho de lycra que deixavam minhas coxas
sexys e minha bunda maior que a da Valesca popozuda.
Apertado
desse jeito.
Obviamente,
no dia seguinte aos exercícios, quando acordei demanhã, senti um leve incômodo
nos braços, e nas pernas, e no pescoço, e no corpo todo. Não conseguia me
mover, meu braço só abria 45° e meu corpo parecia ter sido moído em um daqueles
moedores de carne moída. Moído, moedores, moída. Então resolvi ir à casa de
meu primo, que tinha feito mais exercícios que eu, levantado mais peso, porque,
segundo ele, “já estava acostumado” com aqueles pesos, e que se quisesse
aumentaria mais. Quando cheguei em seu portão chamei, ninguém veio atender,
ouço um rugido, entro sorrateiramente, não acredito no que vejo: UM
VELOCIRAPTOR!! Eu olho pra ele, ele olha pra mim, ele se aproxima devag... “Pera
aí, Felipe?” – Eu pergunto. HUAAAA HAHAHAHAH, caras, tenho que parar aqui por
um momento, que cena bizarra, vocês deviam ter visto o que eu vi: Felipe ali,
com os braços curvados em 45° graus, como os meus, mas com o “plus” de ter de
andar com as pontas dos pés, porque pegou pesado demais no treino da
panturrilha, se encostando à parede pra poder andar. Felipe parecia estar
fazendo uma homenagem ao falecido Michael Jackson.
Agora é só
imaginar com os bracinhos dobrados também, ele andava desse jeito.
Bem,
e assim termina a história da primeira vez que eu fui pra academia. A segunda foi
mais rápida, porque desisti no terceiro dia. Foi assim: Depois de voltar “com
força total”, não queria fazer musculação, só queria fazer esteira pra apenas
perder peso, até porque nunca fui fã de músculos, só queria ser um magro normal,
mas o instrutor resolveu que eu deveria fazer sim musculação, e fez pra mim uma
folhinha de exercícios gigante que eu cansava só de olhar pra ela. Então fui
fazendo um a um, indo até bem, quando chega a vez daquela maldita maquina de
abdominais, quando comecei o exercício era tão demoníaco que, se eu estivesse
sozinho na academia, começaria a chorar. Lembro que no meio da primeira fase do
exercício fiquei tonto, parei, peguei minha ficha e disse pra mim mesmo: “Isso
não é pra mim, pelo amor de deus, PELO AMOR DE DEUS, tenho que sair daqui se
não vou morrer”. Botei minha ficha no lugar e voltei pra casa. E assim,
fracassei mais uma vez. Minha vida é assim, cheia de fracassos, um fracasso
atrás do outro. Como diria Charles Dickens: “Cada fracasso ensina ao homem algo
que ele precisa aprender”, e foi assim que eu aprendi que academia era uma
cilada.
A academia
não é um mar de rosas, é um lugar sujo, um lugar cruel, que não quer saber o
quanto você é durão. Vai botar você de joelhos (ou nas pontas dos pés) e você
vai ficar de joelhos pra sempre se você deixar. Você, eu, ninguém vai bater tão
forte como a academia, mas não se trata de bater forte. Trata-se de quanto você
aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e
continuar tentando. É assim que se consegue vencer. Agora se você sabe do teu
valor, então vá atrás do que você merece, mas tem que estar preparado para
apanhar. E nada de ficar de ponta dos dedos, dizer que você não consegue andar
direito por causa disso ou daquilo. Só covardes fazem isso, e você não é
covarde, você é melhor que isso.
P.S.: Nunca li nada de Charles
Dickens, a não ser essa frase que achei no google, mas pelo menos já tinha ouvido
falar no sujeito(só o nome).
P.S.2: O texto ficou meio longo, eu
acho, mas não se preocupem, hoje foi só um dia de inspiração. E o parágrafo final foi retirado do filme Rocky Balboa, ou Rocky 6, na ordem cronológica.
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