sábado, 15 de setembro de 2012

O dia que entrei na Academia


     Sabe quando decidimos ir à academia? Pra entrar em forma e tal? Acontece com quase todas as pessoas, e eu não fui exceção. Certo dia, vendo que talvez, TALVEZ meus cento e vinte quilos indicassem que eu estou gordo, decidi me matricular na academia, juntamente com meu primo Felipe. Lembro-me da empolgação, do brilho em nossos olhos, do meu calçãozinho de lycra que deixavam minhas coxas sexys e minha bunda maior que a da Valesca popozuda.

Apertado desse jeito.

     Obviamente, no dia seguinte aos exercícios, quando acordei demanhã, senti um leve incômodo nos braços, e nas pernas, e no pescoço, e no corpo todo. Não conseguia me mover, meu braço só abria 45° e meu corpo parecia ter sido moído em um daqueles moedores de carne moída. Moído, moedores, moída. Então resolvi ir à casa de meu primo, que tinha feito mais exercícios que eu, levantado mais peso, porque, segundo ele, “já estava acostumado” com aqueles pesos, e que se quisesse aumentaria mais. Quando cheguei em seu portão chamei, ninguém veio atender, ouço um rugido, entro sorrateiramente, não acredito no que vejo: UM VELOCIRAPTOR!! Eu olho pra ele, ele olha pra mim, ele se aproxima devag... “Pera aí, Felipe?” – Eu pergunto. HUAAAA HAHAHAHAH, caras, tenho que parar aqui por um momento, que cena bizarra, vocês deviam ter visto o que eu vi: Felipe ali, com os braços curvados em 45° graus, como os meus, mas com o “plus” de ter de andar com as pontas dos pés, porque pegou pesado demais no treino da panturrilha, se encostando à parede pra poder andar. Felipe parecia estar fazendo uma homenagem ao falecido Michael Jackson.

Agora é só imaginar com os bracinhos dobrados também, ele andava desse jeito.

     Bem, e assim termina a história da primeira vez que eu fui pra academia. A segunda foi mais rápida, porque desisti no terceiro dia. Foi assim: Depois de voltar “com força total”, não queria fazer musculação, só queria fazer esteira pra apenas perder peso, até porque nunca fui fã de músculos, só queria ser um magro normal, mas o instrutor resolveu que eu deveria fazer sim musculação, e fez pra mim uma folhinha de exercícios gigante que eu cansava só de olhar pra ela. Então fui fazendo um a um, indo até bem, quando chega a vez daquela maldita maquina de abdominais, quando comecei o exercício era tão demoníaco que, se eu estivesse sozinho na academia, começaria a chorar. Lembro que no meio da primeira fase do exercício fiquei tonto, parei, peguei minha ficha e disse pra mim mesmo: “Isso não é pra mim, pelo amor de deus, PELO AMOR DE DEUS, tenho que sair daqui se não vou morrer”. Botei minha ficha no lugar e voltei pra casa. E assim, fracassei mais uma vez. Minha vida é assim, cheia de fracassos, um fracasso atrás do outro. Como diria Charles Dickens: “Cada fracasso ensina ao homem algo que ele precisa aprender”, e foi assim que eu aprendi que academia era uma cilada.
     A academia não é um mar de rosas, é um lugar sujo, um lugar cruel, que não quer saber o quanto você é durão. Vai botar você de joelhos (ou nas pontas dos pés) e você vai ficar de joelhos pra sempre se você deixar. Você, eu, ninguém vai bater tão forte como a academia, mas não se trata de bater forte. Trata-se de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando. É assim que se consegue vencer. Agora se você sabe do teu valor, então vá atrás do que você merece, mas tem que estar preparado para apanhar. E nada de ficar de ponta dos dedos, dizer que você não consegue andar direito por causa disso ou daquilo. Só covardes fazem isso, e você não é covarde, você é melhor que isso.

P.S.: Nunca li nada de Charles Dickens, a não ser essa frase que achei no google, mas pelo menos já tinha ouvido falar no sujeito(só o nome).
P.S.2: O texto ficou meio longo, eu acho, mas não se preocupem, hoje foi só um dia de inspiração. E o parágrafo final foi retirado do filme Rocky Balboa, ou Rocky 6, na ordem cronológica.








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