quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O dia que fugi da escola


 “Então lá estava eu, encarando a professora, calculando friamente se conseguiria ou não passar por debaixo de suas pernas.”

  Então, quando eu era um jovem gafanhoto, eu estudava em um colégio vizinho a minha casa, chamado “Oliveira Aguiar”, que nós, gentis alunos, chamávamos de “Oliveira Aguiar, o pior do Ceará”. Era uma piada óbvia, alguém tinha que fazer né. Como vocês sabem, ou deveriam saber, nos colégios existem provas, e essa história tem haver com uma dessas tais provas. Eu sempre fui um bom aluno, sempre tirei ótimas notas, mas sempre tem um dai que dá tudo errado, pois então, nesse dia, eu preferi não estudar pra prova. Sabe quando você não sabe nada da prova e fica olhando pra ela, sem saber o que fazer?(eu não sei, porque sou foda, enfim) aconteceu isso nesse dia. Mas eu era uma criança, e crianças não tem a ~frieza~ de aceitar não saber nada de uma prova. Me desesperei, pensei em chorar, porque não? Livraria-me, talvez, da maldita prova de 1ª série (ou antes disso, não tenho certeza). Foi aí, que como uma mensagem dos céus, eu aviso aquilo que seria meu maior ato de rebeldia até os dias de hoje. UM PORTÃO ENTREABERTO!!! Era a minha chance, tudo ou nada, nada ou tudo ou... Tudo ou nada! Mas como sairia dali? Tinha ainda que superar uma professora, e teria que ser muito rápido, para não ser alcançado e segurado humilhantemente, na frente de meus coleguinhas marotos. Analizei a tal mulher estudando quais movimentos usar.
Então lá estava eu, encarando a professora, calculando friamente se conseguiria ou não passar por debaixo de suas pernas. Batimentos acelerados, o brilho aventureiro em meus olhos, lá estava eu, correndo, passando pelas pernas da senhora professora, que nada tinha haver com minha fuga, saindo pelo portão, rumo a liberdade. 

Corra Gustavo, corra!
Direitos reservados da foto de Marco Pajola – flickr –


  Estava livre. Finalmente tinha conseguido a sonhada liberdade, que vislumbrava desde os tempos remotos. Uma vez tive um sonho, nesse sonho, eu fugia de meu colégio, e chamei esse sonho de Um Sonho de Liberdade. Lembro-me de um colégio, como tantos outros colégios, de uma professora, como tantas outras. Mas nunca me esquecerei daquele dia. Foi um dia incrível.


P.S. Sacaram a citação a “Anos Incriveis”? E de Um Sonho de Liberdade? Ah, e até hoje não sei se essa história é real, se são duas histórias que meu cérebro fundiu em uma só, ou se meu cérebro simplesmente inventou tudo isso. Só sei que conto como verdade pra varias pessoas até hoje.


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